Durante nosso jantar ela elogiou meu relógio de ouro. Era um Rolex igual aos que os gângsters usavam nos filmes. Eu sempre quis ser um gângster.
- É do cara que eu matei.
Ela quase se engasgou com o vinho e começou a rir.
Eu fiquei um pouco sem graça e completei meu copo.
- O matei ontem. Vi ele na rua quando eu estava saindo do barbeiro. O relógio brilhava. Esperei ele dobrar uma esquina sem movimento. Encostei a arma nele e disse para ficar quieto. Fomos até um beco e coloquei um saco em sua cabeça. Eu já tinha visto isso num filme de gângster.
Ela me encarou séria e foi pegando sua bolsa.
- Este colar também é de uma mulher que matei – disse ela com brilho nos olhos.
Saímos do restaurante e seguimos um casal até seu carro. Enquanto eu colocava o saco na cabeça do homem, minha companheira usou um canivete na mulher.
Peguei as chaves do cara e saímos com o seu carro. Era uma réplica de um Cadillac, igual ao dos gângsters. Então dirigimos até a praia para ver o amanhecer à beira mar.
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