UMA PONTA DE ARREPENDIMENTO


Foi quando eu estava no shopping com a minha esposa e nosso filho. Ela entrou em uma loja e eu fiquei do lado de fora com a criança no carrinho. Então vi um grupo de pessoas bebendo e sorrindo enquanto eu segurava uma mamadeira que representava a minha crise existencial e decidi que precisava agir rápido. Preenchi um cheque gordo e um breve bilhete. Deixei dentro do carrinho e sai correndo daquele lugar antes que minha mulher voltasse.

No momento em que estou fechando a porta do táxi, ela aparece correndo desesperada com nosso filho no colo. Ela estava gorda e não conseguia ter muita velocidade. Bato a porta e ela começa a gritar aos prantos – como sempre fazia por tudo. Não tive coragem de encará-la e apenas pedi ao taxista que arrancasse. Nesse momento me bateu uma ponta de arrependimento e cheguei a conclusão de que era para eu ter deixado um cheque menor.

Nenhum comentário: