A RUIVA E SUA AMIGA


Eu estava parado no balcão com minha cerveja quando aquela ruiva se aproximou. Simplesmente ficou ali parada ao meu lado com uma expressão dura como se estivesse tensa. Por um segundo pensei que fosse doente mental. Ela disse apenas oi. Estava com os olhos vidrados.

- Oi – devolvi.


Ela continuou ali parada. Uns amigos chegaram e começamos a conversar, assim pude me livrar dela e fomos para outra parte do bar.

- Quem era aquele zumbizinho? – me perguntaram.

- Não faço ideia. Eu estava ali parado, e, de repente, ela apareceu do meu lado como um fantasma.

Enquanto estávamos rindo da esquisitice da garota ruiva, a própria aparece novamente. Imóvel. Alguns risos abafados. Dessa vez o Murilo resolveu interagir. Mas a moça parecia não ouvir ele e ficou me encarando.

- Oi – falei outra vez.

Ela se aproximou e me beijou. Nada mal para uma semimorta, pensei. Ela me pegou pela mão e me levou para o seu carro. Quando entramos vi que havia um corpo de uma garota nua na porra do banco traseiro. As portas estavam travadas. Ela me mandou tirar a roupa e ir para o banco junto com o defunto. Coloquei o corpo sentado e me abracei a ele. A primeira vez que a ruiva sorriu.

Ela pegou uma máquina fotográfica e começou a tirar fotos minha e da minha companheira. Quando eu pensava que não ia mais acabar ela tirou algumas notas de cem do porta-luvas e me entregou. Me vesti e voltei para o bar.

- E aí, pegou a morta? – debocharam meus amigos.

- Peguei.

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