O ápice do prazer é quando eu recém abro ela. Sinto aquele cheiro maravilhoso. Cheirinho de novo. A textura lisinha e macia. Constantemente fico até frustrado, pois acabo dando mais valor pela sua forma, o objeto em si, do que pela leitura que irei fazer.
Mas quando se está dentro do ônibus não dá pra ficar cheirando a cada 5 minutos de leitura. Tem que disfarçar. O bom é fazer como se houvesse um detalhe muito interessante e tem que olhar bem de pertinho. Ah, que alívio. Viro a página e sigo. Mais para frente costumo dar uma risada de mentira. Faço de conta que achei espetacular o texto. Dou um tapinha com as costas da mão na página. Sacudo a cabeça, incrédulo com o que acabo de (supostamente) ler. Hum, é um papel diferente, só pode. Ele entra nas narinas e gruda a folha na cara. Tenho que forçar a cabeça para trás. Às vezes, nem percebo e a revista vem junto. Dou uma tossida. Olho para a criancinha mamando nas tetas da mulher sentada ao meu lado. E assim vou indo até descer do ônibus.
2 comentários:
Isso é TOC!
Postar um comentário